Além dos tratamentos tradicionais de quimio, radio e hormonioterapia, o desenvolvimento de medicamentos de biotecnologia representa um dos grandes avanços na terapêutica médica contra o câncer.
Novas modalidades terapêuticas têm como objetivo dirigir o tratamento mais especificamente às células doentes, poupando as normais. Este tipo de estratégia é chamado de terapia dirigida ao alvo, ou simplesmente terapia alvo. Entre os medicamentos com este perfil estão os anticorpos monoclonais, que são uma forma de imunoterapia.
Em muitos doentes, os anticorpos monoclonais aumentam a eficácia de outros tratamentos (geralmente a quimioterapia)
Os primeiros anticorpos monoclonais aprovados para o tratamento de câncer foram: rituximabe para linfomas em 1997, trastuzumabe para câncer de mama em 1998, gentuzumabe para leucemia mielóide aguda em 2000 e alemtuzumabe para leucemia linfóide crônica em 2001.
Anticorpos são proteínas produzidas no nosso organismo que ajudam o sistema imunológico a combater vírus, bactérias e câncer através do reconhecimento de antígenos. Com o avanço da biotecnologia, se tornou possível produzir em laboratório anticorpos monoclonais, ou seja, específicos para uma única região do antígeno (epítopo). Esta nova tecnologia tornou os anticorpos monoclonais importantes ferramentas de diagnóstico em diversos exames laboratoriais. Mais recentemente, os anticorpos monoclonais também têm sido aplicados de forma promissora na terapia de diversas doenças, sendo largamente utilizados para o tratamento de diversos tipos de câncer.
Em muitos doentes, os anticorpos monoclonais aumentam a eficácia de outros tratamentos (geralmente a quimioterapia). No linfoma indolente, pode aumentar a duração da remissão produzida pelo tratamento. Nos tipos mais frequentes de linfoma agressivo, a adição de anticorpos monoclonais tem mostrado reforçar a probabilidade de cura e a sobrevivência, em comparação com a quimioterapia convencional.
Outros medicamentos que trazem benefício são: o trastuzumab em pacientes portadoras de câncer de mama que expressam a proteína HER-2, o bevacizumabe em câncer de cólon e pulmão, Cetuximabe e Panitumumabe em câncer colo-retal.
Muitos anticorpos monoclonais terapêuticos estão em desenvolvimento e devem chegar à prática clínica em breve.